Reflexões sobre o dízimo devem ter lugar constante em nossas memórias e nos momentos que pensamos em agradecer a Deus pelo que ele nos concede a todo momento.
No âmbito das igrejas, mormente no meio evangélico, dízimo significa a décima parte dos rendimentos pessoais.
Nós ofertamos em reconhecimento à graça abundante que Deus nos concede, é a devolução de uma parte do que recebemos.
É uma prática tão antiga quanto as religiões e está intimamente ligado à sua estrutura e evolução, principalmente quando enxergamos a religião como uma comunidade nos moldes da igreja primitiva.
O Dízimo na Bíblia
Na Bíblia Sagrada encontramos referências a essa prática a começar pelo Gênesis, no Antigo Testamento, nos Evangelhos e nas Cartas de Paulo, no Novo Testamento. Isso sempre como em retribuição ou na esperança da graça abundante do Senhor.
Na sua origem, na língua hebraica, também significa a décima parte. Entretanto, aprofundando o estudo da raiz que vem do árabe encontramos o sentido de grupo, comunidades, de forma que a análise mais profunda ganha um contorno teológico.
Assim, com um olhar mais holístico, plenamente voltado para o sagrado passamos a entender que na sua origem o alcance do dízimo vai muito além das nossas modestas interpretações, passando a um espectro muito mais amplo, o sentido de comunidade e agradecimento a Deus.
Precisamos entender e celebrar o dízimo em todas as nossas relações com Deus, saber que ele nos remete ao sentido amplo de celebração, comunidade e reforça a nossa fidelidade com o Deus.
A Prática do Dízimo pelo Povo Hebreu
O povo hebreu não adotou a prática do dízimo simplesmente como um sinal de gratidão, essa prática estava inclusa em toda uma conjuntura.
Assim, primeiro porque a vida do povo de Israel sempre teve uma ligação muito íntima com a fé no Deus Altíssimo.
O povo hebreu enxergava na prática do dízimo um sentido de justiça social e solidariedade, até porque originalmente o dízimo não era devolvido em espécie, como é hoje.
Era sim em alimentos, gado e outras coisas que tinham mais o sentido de dividir em comunidade, cuidar de todos.
Como lemos no início do Salmos 24, “Do Senhor é a terra e sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam”, assim a devolução do dízimo é um momento de confissão de fé.
Que como vimos anteriormente, está relacionado com o sentido de comunidade e a prática de justiça social.
Já no livro de Gênesis, o começo de tudo na Bíblia Sagrada, encontramos um texto que fala sobre o dízimo, aliás uma bela história.
É interessante conhecer todo o seu contexto para que não nos deixemos enganar com falas descontextualizadas.
Abrão e o Dízimo
A história na bíblia nos conta que Quedorlaomer, rei de Elão, juntos com outros reis fizeram guerra contra vários reinos, vencendo a guerra tomaram as cidades. Também prenderam a Ló, filho do irmão de Abrão que habitava em Sodoma, e se apossaram de todos seus bens.
Quedorlaomer juntos com outros três reis se sagraram vitoriosos e tomaram os reinos de Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Belá.
Quando a notícia chegou a Abrão ele armou os criados que nasceram em sua casa, num total de trezentos e dezoito. E assim partiu para guerra contra Quedorlaomer e os reis que estavam com ele. No fim, Deus deu a vitória para Abrão.
Após a grande vitória de Abrão, diz a Bíblia que ele tornou a trazer todos os seus bens, tornou a trazer também a Ló, filho de seu irmão e os seus bens e também as mulheres e o povo.
Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho, ele era sacerdote do Deus Altíssimo.
E abençoando a Abrão “Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que possui os céus e a terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários nas tuas mãos”.
Abrão dá o Dízimo
E continuando com a história, o livro de Gênesis, capítulo 14, versículo 20, narra que “E de tudo lhe deu Abrão o dízimo”.
O rei de Sodoma, agora liberta de Quedorlaomer, disse a Abrão “Dá-me as pessoas e os bens ficarão contigo”.
Então disse Abrão “Levantei a mão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o que possui os céus e a terra, e juro que desde um fio até a correia de um sapato, não tomarei coisa alguma de tudo que é teu; para que não digas “Eu enriqueci a Abrão”.
Aqui passamos a entender o reconhecimento do patriarca Abrão, Deus ainda não mudou o seu nome, que a vitória não pertencia a ele, nem aos seus criados.
Assim Deus Altíssimo permitiu e concedeu a vitória, como em tantas outras guerras vencidas pelo povo hebreu.
O dízimo de Abrão, neste momento da história, não pode ser interpretado como algo imposto, nem como uma obrigação, mas como uma forma de agradecer a Deus pela vitória.
Ela tem um contexto diferente, Melquisedeque além de rei de Salém, era também sacerdote do Deus Altíssimo.
Outras Passagens Sobre o Dízimo na Bíblia
Existem diversas outras passagens na bíblia que tem o dízimo como pano de fundo, exemplo a de Jacó, quando usurpou a benção de seu irmão.
Na sua fuga, fez uma pedra de travesseiro e Deus lhe apareceu em sonho e de tudo que Ele lhe prometeu Jacó disse que daria o dízimo.
No Novo Testamento, a segunda carta aos Coríntios, no capítulo 9, versículo 7 traz o texto abaixo.
Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.
Temos que entender, com essas e outras passagens bíblicas que o dízimo sempre está inserido em um contexto religioso, de fé e conexão com Deus.
Por isso não é uma obrigação com a igreja, com o Pastor ou outra instituição religiosa. O dízimo e para manutenção da obra e dos que vivem dela.
O dízimo é um recurso santo para a igreja e para a obra de Deus. É uma ferramenta para a disseminação do evangelho. E exatamente por isso merece a atenção, a igreja vive e existe em função do dízimo e das ofertas.
É importante que a igreja tenha controle sobre esse recurso.
O SZeke é uma aplicação voltada a gestão de igrejas evangélicas. Conta com diversas rotinas integradas, cadastros de membros, crianças, visitantes, controles financeiros e dispensa especial atenção no controle de dízimos e ofertas.