Este é o terceiro artigo desta série onde falamos sobre a importância da tesouraria na igreja, destacando o papel da tesouraria, do tesoureiro e da própria instituição frente aos desafios na gestão das suas atividades financeiras.
É sempre oportuno enfatizar que a igreja não deve ser comparada com empresa, visto que essa tem finalidade de lucro, a igreja não, entretanto, ambas têm finalidade econômica, as organizações religiosas precisam de dinheiro para sobreviver e cumprir sua missão.
E, é exatamente por isso, que existe a necessidade de se transferir à tesouraria a importância que ela merece, em linhas gerais, a equipe da tesouraria é a encarregada da gestão financeira da igreja, fazer andar seus projetos, cumprir a sua missão social.
A gestão financeira desempenha um papel de importância fundamental para as igrejas, assim como para qualquer outra entidade do terceiro setor.
Sua importância está relacionada a diversos aspectos que afetam diretamente a capacidade da instituição em cumprir sua missão e atender às necessidades de toda a comunidade.
Um gerenciamento contínuo e adequado da situação financeira faz com que a igreja cumpra sua missão espiritual e social, disseminando o evangelho, batizando, realizando festividades, fazendo obras sociais, avivando os ministérios e atividades que impactam positivamente a comunidade.
Embora pareça que não, gestão financeira é um assunto delicado mesmo para as empresas que visam lucro, muitos descrevem os erros que as igrejas cometem na gestão financeira, nós vamos falar sobre os acertos que elas devem experimentar para ter sucesso.
Para além da gestão financeira e do próprio planejamento a igreja precisa ser absolutamente transparente em todas as suas ações, como dissemos nesse artigo, a igreja é um organismo vivo, ela é um misto das capacidades e experiências dos seus membros.
O planejamento deve estar presente em todas as suas áreas, aqueles que ministram a palavra devem planejar o que vão pregar, as comemorações, as reuniões, os eventos importantes, tudo deve ser planejado, do mesmo modo é necessário o planejamento financeiro.
A igreja que pretende crescer com consistência precisa fazer, todo ano, um planejamento financeiro e orçamentário, traçando metas de curto, médio e longo prazo e fazer um acompanhamento, ao menos mensal, do cumprimento das metas.
O que é Planejamento Financeiro e Orçamentário?
A verdade é que muita gente se confunde, tem gente que acha que é a mesma coisa, que são sinônimos, não são, tem finalidades semelhantes, mas não tem mesmo significado, são interligados, mas distintos.
Trazendo para o nosso meio, as igrejas, mormente as evangélicas, para que possamos fazer um planejamento financeiro, precisamos ter um orçamento, desta forma, o planejamento financeiro é uma ferramenta bem maior que o orçamento, mas depende dele.
O orçamento é um documento que apresenta as estimativas de entradas e saídas de recursos, ou seja, receitas e despesas em um determinado período, com base na série histórica, registros feitos pela entidade ao longo do tempo para controle financeiro.
O planejamento financeiro tem como base a execução do que havíamos previsto no orçamento, as receitas, as despesas e custos e o que devemos fazer com aquilo que sobra em investimentos, a compra de novos equipamentos, entre outros.
Em outras palavras e de maneira mais simples, é a execução dos nossos objetivos e metas de curto, médio e longo prazo, como uma reforma, a construção de um refeitório, novos banheiros, a compra de um terreno, isso tudo sem prejudicar as despesas do mês.
A Importância do Planejamento Financeiro e Orçamentário para as Igrejas
Não importa o tamanho da sua igreja, se ela já tem sede própria e milhares de membros, ou se é uma pequena igreja em formação, é o planejamento financeiro e orçamentário que vai definir o seu futuro.
Claro, óbvio e cristalino que é necessário dobrar os joelhos e pedir a direção de Deus, Ele vai agir na seara espiritual, vai fortalecer os homens na sua fé, mas os gestores precisam fazer a sua parte e planejando, isso vai definir a igreja que sabe onde quer chegar daquela que caminha à sua própria sorte.
A igreja não nasce em vão, ela surge em atendimento a um chamado de Deus no coração do homem, mas é preciso entender que nada brota do chão, as coisas não surgem do nada, a igreja precisará de recursos para funcionar, é tolice acreditar o contrário.
Como já dito, não é o papel da igreja gerar riqueza material, entretanto, se mal gerida, pode se endividar, fechar as portas, deixar débitos na sociedade, não é isso que se deseja, por isso a tesouraria e o planejamento têm vital importância na vida da entidade ao longo do tempo.
Planejamento Envolve Toda a Igreja
De nada adianta o tesoureiro e sua equipe planejar todo o ano financeiro da entidade e logo nos primeiros meses, outro setor aparece requisitando recursos para um evento que não estava nos gastos da igreja deste ano, furou tudo.
É claro que imprevistos acontecem, um vazamento nos encanamentos, uma telha quebrada, uma chuva mais forte que derrubou uma calha, entre outras, para isso já vamos deixar uma reserva de emergência, entretanto, tudo mais deve ser planejado.
Para evitar desembolsos não previstos, toda a igreja deve estar empenhada em levantar os seus custos e investimentos, todos, a secretaria e seus departamentos, coral, banda, jovens, escola bíblica, berçário, gabinete pastoral, enfim todas as áreas precisam colaborar.
O Próximo Passo Depois do Orçamento Pronto
Ledo engano comete quem pensa que depois de feito o orçamento e o planejamento financeiro a tarefa acabou, na verdade, ela só começou.
Depois de ajustar os números, é preciso acompanhar a execução do orçamento, identificar desvios e fazer ajustes, se necessário.
Por mais perfeito que seja o orçamento, em algum momento, ele vai precisar passar por ajustes, é normal, faz parte do processo.
Entretanto, é preciso evitar ajustes por falta de planejamento, isso não é ajuste.
O que Não Deve Ser Feito?
O planejamento, como já dito, é uma ferramenta indispensável para a manutenção da saúde financeira da entidade, mas deve ser feito com seriedade e transparência, jamais fazer por fazer, depois de feito, deve ser seguido à risca. Não cometa esses erros.
Planejar Sem Controlar
Se o gestor não tem as estimativas de receita e despesa, nem o detalhamento dos gastos e pouco ou nenhum controle das contas a pagar, não será possível construir um planejamento financeiro, tampouco orçamentário.
Somente por meio dos instrumentos de controle é que o gestor terá condições de saber a situação financeira da entidade e, a partir deles, fazer um planejamento.
É por meio dele que a instituição terá conhecimento se as metas estão sendo ou não cumpridas.
Não Envolver a Igreja Toda no Planejamento
Para a questão de planejamento financeiro e orçamentário, os setores da igreja precisam estar em sintonia fina.
É de suma importância que os gestores de cada departamento compreendam a necessidade da união de esforços no sentido de cumprir as metas e os objetivos, bem como aquilo que foi planejado.
Superestimar as Receitas
As igrejas sobrevivem principalmente dos dízimos e das ofertas, em resumo, tudo vai gerar em torno das suas receitas, é a partir dela que vamos estimar os custos, as despesas e os prováveis investimentos.
Trabalhar com números irreais, aumentando a receita, para a partir dela aumentar as despesas e os investimentos é um erro que você não deve cometer.
Planejar e Não Executar
Muitos gestores têm o péssimo hábito de engavetar contratos, documentos e também o planejamento financeiro, isso só gera custo, mais nada.
O planejamento financeiro, em todo o seu processo, deve ser encarado como uma ferramenta de gestão, deve ser prático e muito bem executado, precisa ser visto como o caminho a ser seguido pela instituição.
Quando a instituição, embora tenha feito, não segue o seu planejamento financeiro e orçamentário, vão aparecendo brechas para o improviso e, pode esperar, tudo que é feito de improviso, a probabilidade de dar certo é muito pequena.
Nesses casos, o gestor acaba o dia todo lidando com incêndios, resolvendo problemas inesperados e não tem tempo para o que é realmente importante para a igreja, a gestão.
Aqui na Zeke nós nos preocupamos com a gestão das igrejas, desenvolvemos ferramentas específicas para gestão financeira, de secretaria e contábil para que os gestores se preocupem com o principal, o crescimento das suas igrejas.