Gestão Financeira para Igrejas – Parte 1

Uma das maiores dificuldades da Gestão Financeira para Igrejas e instituições é montar um planejamento financeiro que seja moderno, atrelado as ferramentas digitais.

Mas que seja eficaz de acordo com as suas próprias necessidades, com as igrejas isso não é diferente, na verdade, em vista da dinâmica própria dos templos, apresenta um grau de dificuldade ainda maior.

Esse será o primeiro de uma série de artigos que vamos escrever que terá como foco a gestão financeira, além várias dicas, ainda vamos tratar das especificidades que envolvem as igrejas na questão do planejamento financeiro.

Além de falar de documentos, balancetes e indicadores que podem ser observados e auxiliar na tomada de decisões estratégicas.

É importante ressaltar que a gestão financeira para Igrejas tem que ser um processo descomplicado e eficiente, tem que ser transparente e confiável para que o gestor perceba em cada processo o resultado de sua ação.

Por exemplo: Se tem uma receita a vista que entrou pelo caixa, esse valor precisa imediatamente se somar ao saldo anterior do caixa, simples assim.

Não pode haver processos no meio, como entrar em outra tela, recalcular, nada disso, assim que efetuar o lançamento é necessário que você já consiga vê-lo, isso da segurança para quem trabalha na gestão.

Neste quesito de gestão financeira para igrejas e instituições têm, por se enquadrarem no terceiro setor, uma abordagem diferenciada, já de início um ponto crucial a ser levado em consideração é que igrejas, diferentemente das empresas comerciais, não tem receita de vendas.

Há exceções, embora poucas, mas as igrejas sobrevivem praticamente da contribuição de seus membros e visitantes, então as principais receitas são de dízimos e ofertas.

Uma boa parte das igrejas tem o costume de fazer campanhas para arrecadação e esta, também em boa parte das igrejas, fazem parte da totalidade das receitas.

É de suma importância ressaltar que em qualquer circunstância, estando a igreja devidamente constituída, com registros dos seus atos constitutivos em cartório e inscrita na Receita Federal do Brasil, por força do mandamento constitucional, conforme art. 150, inciso VI, alínea b:

É expressamente vedada a tributação da totalidade das suas receitas, incluindo o patrimônio, a renda e os serviços, desde que esses estejam relacionados com as finalidades essenciais da igreja, simplificando isso quer dizer que toda a receita da igreja é imune a qualquer tipo de imposto, seja no âmbito municipal, estadual ou federal.

A igreja, na maioria das vezes, trabalha em torno do voluntariado, as pessoas dedicam um pouco do seu tempo nas atividades da igreja, principalmente nas menores.

Assim nem sempre temos pessoas experientes nas áreas em que atuam e como foi dito no início do artigo, o planejamento ou a gestão financeira são atividades que apresentam as maiores dificuldades para as igrejas.

Para quem está começando uma das maiores dificuldades é entender o que controlar, existem outros controles – vamos falar deles mais tarde – mas a princípio temos que controlar separadamente CAIXA e BANCOS.

Caixa é o valor que temos em mãos, aquele dinheiro que está disponível na gaveta ou no cofre da tesouraria, não importa se dinheiro ou cheque, se tivermos três notas de cem reais e um cheque de duzentos reais, o nosso controle de caixa tem que mostrar quinhentos reais (300,00 + 200,00).

O saldo atual do meu caixa é composto pelo saldo que tínhamos no início do período MAIS tudo que entrou MENOS tudo que saiu.

Vejamos um exemplo:

Saldo Anterior 100,00 C
Todas as Entradas 5.000,00 C
Todas as Saídas 4.600,00 D
Saldo Atual 500,00 C

 

Já o que chamamos de banco é o valor depositado em uma instituição financeira, a forma de se controlar o saldo é a mesma do controle de caixa:

O saldo do período anterior MAIS os nossos depósitos MENOS os valores dos nossos saques através de cheques e débitos em conta, como esse valor não fica em nosso poder é interessante de tempos em tempos tirar um extrato dessa conta e conferir os lançamentos.

Visto que por vezes aparece algum lançamento que não estamos esperando, como tarifas bancárias ou débito de contas.

A esse processo de conferir os lançamentos no extrato bancário damos o nome de conciliação bancária.

Por vezes ficamos com uma soma alta de dinheiro no caixa, aquele do cofre ou da nossa gaveta, não é bom ficar com esses valores na igreja.

Então temos que fazer um depósito no banco, no âmbito da gestão financeira essa operação diminui o valor do saldo do caixa e aumenta o valor no saldo do banco de forma que não altera o que temos, apenas transfere de um controle para outro.

Vamos a um exemplo:

Saldo do Caixa 2.600,00 C
Saldo do Banco 1.200,00 C
Total do Saldo Financeiro 3.800,00 C

 

A igreja fez um depósito bancário no valor de R$ 2.200,00, confira como ficou o nosso saldo abaixo:

Saldo do Caixa 400,00 C
Saldo do Banco 3.400,00 C
Total do Saldo Financeiro 3.800,00 C

 

Veja que o valor do nosso disponível, o total do nosso saldo financeiro não sofreu mudanças, embora tenhamos feito uma operação que tirou o dinheiro de um lugar e colocou em outro.

O que aconteceu foi que validamos o que foi dito no parágrafo anterior, diminuímos o valor do saldo do caixa e aumentamos o valor do saldo do banco.

Com relação à conta bancária da igreja, muitas pessoas nos indagam se a igreja é obrigada a ter conta no banco, claro que não, ninguém é obrigado a ter conta no banco, muito menos a igreja.

Agora pensemos na falta de praticidade que isso vai trazer, a igreja tem seu funcionamento parecido com o de uma empresa, ela tem que pagar contas de energia, água, telefone, fornecedores, despesas diversas, imagina a dificuldade de ter que pagar tudo isso em dinheiro.

Não é tão comum, mas ainda existem dizimistas que devolvem o dízimo em cheques, também verificamos que cresce o número de pessoas que querem entregar dízimos e ofertas com cartão de crédito ou débito, em vista da praticidade e da segurança, então concluímos que obrigatório não é, entretanto, é bastante inviável.

Finalizando, neste mundo moderno de hoje, as pessoas querem praticidade e segurança nas suas ações, a abertura de uma conta corrente bancária é quase uma necessidade para a igreja.

Com ela você pode pagar contas pela internet, transferir recursos online, gozar da praticidade do atendimento 24 horas, depositar e sacar nos caixas eletrônicos, enfim é algo que pode facilitar a vida da tesouraria e dos membros da igreja.

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